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domingo, 9 de junho de 2013

Livro narra os bastidores de produção de Mary Tyler Moore

 Quem é fã de séries clássicas ou apenas tem interesse de conhecer o que já foi feito no passado vai se interessar pelo livro Mary and Lou and Rhoda and Ted: And all the Brilliant Minds Who Made The Mary Tyler Moore Show, de Jennifer Armstrong sobre os bastidores de produção de Mary Tyler Moore Show, uma das melhores sitcoms da década de 1970, que sobreviveu à passagem do tempo.

Pelo que sei, este é o segundo livro a trazer informações sobre a produção de uma das comédias mais cultuadas da TV americana. Em 1989, foi lançado Love Is All Around: The Making of the Mary Tyler Moore Show, que faz um apanhado geral do que se tratava a série, apresentando guia de episódios e informações diversas sobre a produção, bem como algumas curiosidades sobre como a sitcom foi criada.

Segundo a crítica americana, o livro de Armstrong, lançado em maio deste ano nos EUA, parece que vai mais fundo. A autora entrevista os roteiristas e produtores que revelam informações mais detalhadas sobre o processo de criação da série e dos personagens, bem como de episódios que se tornaram parte da história da TV americana.

Entre os entrevistados estão os criadores Allan Burns e James L. Brooks (que também ofereceram para o público a série animada Os Simpsons) e as roteiristas Treva Silverman, Susan Silver, Pat Nardo e Gloria Bantaro, que trazem uma visão feminina sobre a produção e o período.

A série foi uma das primeiras a contar com várias mulheres na equipe de roteiristas, algumas recém saídas da faculdade, outras feministas, que emprestaram suas próprias experiências de vida às personagens. Ao longo da produção, os roteiristas foram capazes de transformar os personagens, que poderiam facilmente ficar restritos a tipos, em pessoas com histórias e relacionamentos que evoluem.

A intenção era dar à atriz Mary Tyler Moore um veículo com o qual ela pudesse voltar à TV. Desde o sucesso com Comédias Dick Van Dyke (precursora de Mad About You), na qual interpretou a esposa do protagonista, Mary já tinha fracassado em suas tentativas de ir para o cinema e para o teatro, sofrido um aborto involuntário e descoberto que era portadora de diabetes.

Por isso, quando seu marido na época, Grant Tinker, vice-presidente da 20th Century Fox, vendeu o projeto da série para a CBS, Mary começou a se sentir insegura em estrelar uma sitcom na qual interpretaria uma mulher solteira que se dedica a uma carreira.

Produzida para conquistar a audiência feminina jovem da época ela se transformou na sitcom que mais influenciou as comédias estreladas por mulheres, entre elas, Sex and the City e 30 Rock.

A princípio, Mary Richards seria uma mulher divorciada que sai para o mercado de trabalho. Mas a CBS rejeitou a ideia, assim ela se transformou em uma jovem que desfaz seu noivado e vai morar na cidade grande onde arranja um emprego como produtora de um telejornal local.

A série se divide entre a vida pessoal e profissional de Mary. No lado pessoal, ela é amiga de Phyllis (Cloris Leachman), mulher casada que tem uma filha pré-adolescente, e de Rhoda Morgenstern (Valerie Harper), uma judia solteira do Bronx que trabalha como vitrinista em Minneapolis. No trabalho, Mary tem como chefe o rabugento Lou Grant (Ed Asner) e como colegas o jornalista Murray Slaughter (Gavin MacLeod), redator do noticiário, Ted Baxter (Ted Knight), o âncora atrapalhado, e Sue Ann (Betty White), apresentadora de um programa feminino.

Em sua primeira temporada, Marty Tyler Moore quase foi cancelada, sendo salva por Fred Silverman, diretor de programação da CBS que adorava a sitcom.

O livro de Armstrong revela diversas situações que ocorriam nos bastidores de produção. Entre elas o fato de Mary, a atriz, achar que não tinha capacidade para sustentar uma série. Assim, ela costumava seguir cegamente as instruções que recebia dos diretores e roteiristas, que se inspiraram na personalidade da atriz para moldar a personagem. No início a CBS não gostava de Rhoda, por ela ser judia e novaiorquina dois tipos evitados pela TV na época. Mas a popularidade da personagem a levou a estrelar sua própria spinoff, situada em Nova Iorque.

Entre as curiosidades de bastidores, está a informação de que o papel de Rhoda foi disputado por Anna Magnani, Anne Bancroft, e Maureen Stapleton; que Cloris não gostava de Gavin, se recusando até a ficar perto dele, porque o ator, em um trabalho anterior, teria feito com muito realismo uma cena na qual seu personagem dá um tapa no rosto da personagem interpretada por Cloris; e que Mary não queria filmar o episódio sobre a morte de Chuckles, porque achava que seria muito depressivo (o episódio se transformou em um dos melhores já produzidos pela série).

Quem tiver interesse de conhecer os bastidores de produção da série, o livro também está disponível (em inglês) na versão Kindle do Amazon brasileiro.

Fernanda Furquim-Blog-Veja-Abril


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