De atrizes latinas espera-se, nos EUA, que sejam hipersexuadas e burrinhas. Deve-se a Sofia Vergara uma exceção. Por Nirlando Beirão
por Nirlando Beirão
De atrizes latinas espera-se, nos Estados Unidos, que sejam hipersexuadas e ligeiramente burrinhas. De Rita Moreno a, digamos, Sonia Braga, Hollywood usou e abusou da caricatura – e a tevê, antes submetida ao desígnio de subgênero do cinema, custou a romper com as barreiras do estereótipo. Deve-se a uma série recente, Modern Family, e a uma atriz de exceção, Sofia Vergara, a esperança de que as latinas tenham deixado definitivamente de ser acessórios de cama e mesa, ou, sei lá, de copa e cozinha.
Modern Family, produzido pela ABC e exibido no Brasil pela Fox, tem como foco uma família disfuncional e heterodoxa presidida pelo patriarca Jay Pritchett (Ed O’Neill), que, divorciado, descobre na jovem colombiana Gloria Delgado (Sofia Vergara) o furacão capaz de sacudir sua vidinha. Gloria, a personagem, iria sucumbir ao clichê se não fosse o roteiro carregado de ironias da dupla Christopher Lloyd e Steven Levitan e, sobretudo, ao talento histriônico de Sofia, a atriz, capaz de triturar o preconceito com a redundância marota do autodeboche. “Quem você pensa que sou?” –, costuma dizer, quando acuada, caprichando no sotaque. “Uma peruana?”
A quinta temporada dessa peculiar família começa quarta-feira 25, nos EUA (ainda sem data no Brasil). Antes, neste domingo 22, Modern Family, que estreou em 2009, estará na fila para faturar, pela quarta vez consecutiva, o Emmy de melhor seriado cômico. Com toda justiça, Sofia também está indicada.
Já dá para dizer que Ms. Vergara fez a América. De acordo com a Forbes, essa colombiana de Barranquilla revelada por um comercial de Pepsi-Cola (e um rápido affair com o cantor Luis Miguel) lidera o ranking das atrizes mais bem pagas da tevê americana. Faturou nos últimos 12 meses 30 milhões de dólares.
Nenhum comentário:
Postar um comentário